‘Imposição’ de nome de Denice Santiago deve dificultar ação de militância do PT
Petistas próximos à cúpula do partido confirmam que ocorreu, na tarde desta quinta-feira (30), uma reunião especial entre o governador Rui Costa e as direções municipal e estadual da sigla, com a intenção óbvia de anunciar e costurar a indicação da major Denice Santiago como postulante à sucessão municipal em Salvador pelo PT.
O nome da major já havia sido apresentado e aprovado pelo ex-presidente Lula na terça (28), em um encontro que contou com a presença de Rui Costa, do senador Jaques Wagner, da presidente nacional do partido, Gleisi Hofmann, do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e do deputado federal José Guimarães (CE).
A escolha por Denice impõe fim a uma extensa lista de pré-candidatos petistas, da qual ainda restaram o deputado Robinson Almeida, a secretária Fabya Reis, a socióloga Vilma Reis e o ex-ministro Juca Ferreira.
No entanto, apesar de agregar características como ser mulher e negra, reivindicações mais latentes da esquerda na capital no que tange as eleições de 2020, Denice precisará conquistar a militância partidária que, de maneira geral, não costuma acatar de bom grado articulações que desprezem nomes organicamente petistas.
A tese que impera internamente, segundo fontes, é de que algumas lideranças petistas, dentre elas o senador Jaques Wagner, foram “convencidas” a aceitar a indicação, mas o posicionamento é de “lavar as mãos”. Ou seja, se Rui Costa decidiu, “ele que lute”. Consta ainda que após a reunião com Lula na terça, Wagner teria constatado que “insistir em Robinson e Fabya Reis era pregar no deserto” e, por isso, optou por uma “licença nos Estados Unidos”.
Por outro lado, há também no PT a ala que acredita que Rui Costa tem “força política” suficiente para “aglutinar” até mesmo os partidos da base em torno de Denice. “Sendo uma candidatura apoiada por Wagner, Rui e Lula é uma questão de tempo o apoio do PT. Rui tem força junto aos partidos da base PSD, PP, Podemos. Com o tempo, PSB e PCdoB poderão se somar na tática de ter três candidaturas”, declarou a fonte sob anonimato.
Dada a decisão, apesar de ainda não oficializada, a intenção do governador Rui Costa é, “nas próximas semanas, reduzir drasticamente as agendas com objetivo de pensar a campanha e se dedicar para elegê-la”, diz a fonte.
Fonte:Bahia Notícias