COVID: Fiocruz vai produzir 100 milhões de doses da vacina de Oxford
Agora é oficial. O Brasil vai produzir 100 milhões de doses da vacina de Oxford, que se mostrou segura e induziu resposta imune, como divulgou a revista científica The Lancet.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, e a farmacêutica britânica AstraZeneca assinaram um “memorando de entendimento” nesta sexta, 31, informou a Agência Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, o documento define os parâmetros econômicos e tecnológicos para a produção da vacina da Covid-19 e, de acordo com o ministério, garante a incorporação da tecnologia em Bio-Manguinhos, da Fiocruz, para que o Brasil tenha condições de produzir a vacina de forma independente.
A Fiocruz recebeu informações técnicas fornecidas pela AstraZeneca necessárias para a definição dos principais equipamentos para o início da produção industrial.
A instituição brasileira também colocará à disposição sua capacidade técnica para a aceleração do escalonamento industrial da vacina junto a outros parceiros.
De acordo com o Ministério da Saúde, ao mesmo tempo, a Fiocruz constituiu um comitê de acompanhamento técnico-científico das iniciativas associadas às vacinas para a covid-19, com a participação de especialistas da Fiocruz e de instituições como as universidades de São Paulo (USP) e as federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG).
Distribuição
A vacina produzida por Bio-Manguinhos será distribuída pelo SUS, Sistema Único de Saúde.
O medicamento já está em fase de testes clínicos no Brasil e em outros países.
A assinatura do acordo final de encomenda tecnológica está prevista para a segunda semana de agosto e deve garantir o acesso a 30 milhões de doses da vacina entre dezembro e janeiro de 2021 e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres do próximo ano.
Investimento
O Ministério da Saúde informou que prevê um repasse de R$ 522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos, para ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas.
Outros R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica.
Os valores contemplam a finalização da vacina.
O acordo com a AstraZeneca permitirá, além da incorporação tecnológica desta vacina, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de vacinas para prevenção de outras enfermidades, como a malária.