Bahia Norte recorda o dia da consciência negra celebrando a história de seus colaboradores
São diversos os percalços encontrados pelas pessoas negras no Brasil, e no mercado de trabalho a situação não é diferente. Segundo um levantamento realizado pela plataforma de cursos e bolsas de estudo, Quero bolsa, apesar de serem maioria no Brasil (81% da população), apenas 3,68% das vagas foram ocupadas por pessoas negras enquanto 70,66% é preenchida por brancos. Entretanto, isso não tem parado diversos profissionais que desafiam as estruturas sociais para provar sua força de trabalho e por sua capacidade, ocupam lugares de liderança.
São histórias como a da Líder de Praça, Geisa Bispo, da Coordenadora de Comunicação, Doralice Lima e do Coordenador de Operações, André Borgault, que inspiram e lembram que é possível alcançar os objetivos propostos independe da cor, mas que para isso, pode ser necessário muita garra para continuar.
De pouquinho a pouquinho
Trabalhando há oito anos na Bahia Norte, Geisa começou sua trajetória como papa fila. Com o tempo, foi conquistando seu espaço e hoje, ocupa o cargo de Líder de Praça da Via Metropolitana – P6 enquanto estuda o quarto semestre do curso de Tecnólogo de Processos Gerenciais.
“Quando surgiu a vaga trabalhava em uma empresa terceirizada, lembro que na época, fui a única da minha equipe a ser contratada. Hoje, ao olhar minha trajetória, sinto uma satisfação muito grande em saber que tenho contribuído para desmitificar a ideologia que uma pessoa negra não possa ocupar um cargo de liderança.”, explica a operadora.
De geração para geração
Para a família de Doralice, a educação começou a ganhar espaço em sua geração, sendo ela e seus irmãos os primeiros a se formarem com muito esforço dos pais. A RP, como é conhecida a profissional de Relações Públicas, deu início a sua trajetória na Bahia Norte em 2011 como Assistente da Ouvidoria, passando para Ouvidora até chegar ao seu cargo atual de Coordenadora dos setores de Comunicação e Ouvidoria.
Apaixonada pelo que faz, a profissional afirma que uma das partes que mais lhe encanta em seu trabalho é a de ouvir as histórias das pessoas e a partir do entendimento de suas demandas, conseguir alcança-las de forma efetiva.
Mãe de um menino de 2 anos, Doralice, explica que a maternidade e o desafio de criar uma criança negra, que terá que lidar com situações injustas e de preconceito, a fizeram refletir e parar para estudar ainda mais questões raciais e de diversidade.
“O caminho é complexo, na minha casa atualmente todos são formados, pós-graduados, a gente entende a importância da educação para alcançar lugares maiores, e é isso que quero passar para o meu filho”, reforça a RP.
Escritores de sua história
Para André, capacitação, respeito e humildade para saber ouvir e se permitir olhar outros pontos de vista foram pontos chaves no processo até o cargo que ocupa hoje. Com um dia a dia agitado, o profissional de operações explica que quem acha que após ser líder não há mais necessidade de aprender ou se capacitar, está enganado pois o aprendizado é constante e deve ser apurado a cada dia.
“Cada um tem um papel e um lápis na mão para escrever a sua história e ela não será perfeita ou igual a de quem você acredita ser um exemplo como pessoa ou profissional. O importante é persistir e buscar melhorias, vencendo as dificuldades que aparecerão no caminho”, aconselha Borgault.
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