Camaçari: Câmara de Vereadores reforça importância de divulgação da Campanha Sinal Vermelho
Fortalecer os instrumentos de denúncia e garantir ações de proteção à mulher vítima de violência doméstica foi o foco da Sessão Especial realizada pela Câmara de Camaçari, na manhã desta segunda-feira (30/08). A atividade reforçou a importância da Campanha Sinal Vermelho, que estimula a vítima a fazer um “X” na palma da mão – seja de caneta, batom ou com objeto que estiver ao seu alcance – sinalizando que se encontra em situação de violência. A partir daí, o atendente de farmácia, restaurante e outros estabelecimentos deve imediatamente ligar para o 190 e reportar a situação.
Solicitada pelo presidente da Casa, vereador Júnior Borges (DEM), a sessão buscou dar mais visibilidade à campanha no município. “Realizamos essa sessão com o compromisso de fortalecer a adesão à campanha que é tão importante. Queremos colocar em ação políticas públicas que possam acolher essas mulheres que sofrem qualquer tipo de violência e que muitas vezes não contam com apoio para se libertar desses cenários de agressão”, pontuou.
O vereador lembrou ainda o aumento em 40% dos números de denúncias de casos de violência contra a mulher durante o primeiro mês de quarentena ocasionada pela pandemia. “O lar, que deveria ser um espaço de paz e tranquilidade, transforma-se em espaço de medo e dor para essas mulheres. E os dados mostram que a quarentena potencializou a ação dos agressores e tornou a vida dessas mulheres um verdadeiro martírio”, complementou.
O presidente da Câmara de Salvador, vereador Geraldo Júnior (MDB), destacou que não se deve normalizar nenhum tipo de agressão à mulher. “Não podemos normalizar esse tipo de situação. Precisamos nos indignar sempre e, como agentes públicos, trabalhar para combater e transformar essa realidade. Para se ter uma ideia, no último ano, ano de pandemia, cerca de 17 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência. Precisamos fazer um longo trabalho de conscientização e construir políticas que quebrem esse ciclo de violência”, pontuou.
A comandante da Ronda Maria da Penha em Camaçari, Tenente Deize Pinto, explicou como funciona o trabalho da Polícia Militar nessa área. Com um ano e meio de funcionamento na cidade, a Ronda atua de forma especializada, com policiais capacitados para esse tipo de atuação. Além de um trabalho realizado em rede com outras instituições para acolher as vítimas, a ronda também atua fiscalizando o cumprimento de medidas protetivas. “A nossa luta é para impedir que o feminicídio aconteça. O ciclo da violência é longo e doloroso. Antes do feminicídio, há uma série de outras situações que vão crescendo até chegar à agressão fatal”, pontuou. Ela informou também que em 2020 o município registrou cinco casos de feminicídio.
Por sua vez, a coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher Yolanda Pires (CRAM), Bela Batista, contribuiu apresentando informações sobre o serviço prestado pela unidade às mulheres de Camaçari. “Temos um atendimento multidisciplinar para fortalecer, orientar e encaminhar essas mulheres que sofreram situação de violência. Nossa unidade está aberta para acolher essas vítimas e oferecer os encaminhamentos necessários”, explicou.
Também participou do debate a advogada e professora universitária, Maria Cristina Lima, a secretária municipal de Turismo, Cristiane Bacelar, representante da Seduc e de outras instituições que atuam na área. Fizeram uso da palavra os vereadores Júnior Borges (DEM), Professora Angélica (PP), Fafá de Senhorinho (DEM), Tagner (PT), Vavau (PSB), Ivandel Pires (CIDADANIA) e Dilson Magalhães Jr. (PSDB).