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Lauro de Freitas: Clínica da Dor devolve qualidade de vida a pacientes que convivem com a fibromialgia

Em cada consultório o paciente com fibromialgia recebe o suporte que é necessário para seu caso. O tratamento é personalizado e indicado a partir da avaliação clínica.

Dores intensas por todo o corpo, fadiga, insônia, alterações na memória e atenção, ansiedade e depressão estão entre os sintomas mais comuns apresentados por pessoas que convivem com a síndrome da fibromialgia. Em Lauro de Freitas, nas salas do Hospital Municipal Dia Professor Jorge Novis (HMPJN), os atendimentos ofertados pela Clínica da Dor têm transformado a vida de pessoas que convivem com dores crônicas ou agudas e é referência no acompanhamento e tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a pacientes fibromiálgicos do município. Nesta quinta-feira, 12 de maio, é o Dia Nacional de Combate à doença em todo país.

Com os olhos marejados em lágrimas, Josenilda Rocha, 54 anos, conta que bateu em várias portas por anos, peregrinando em consultórios de diferentes especialidades em busca de uma resposta que fizesse sentido para tantas dores. Ela convive com as fortes crises desde os 34 anos e seu alívio só vem após a medicação intravenosa e complementos terapêuticos dispensados no equipamento. “Só não dói os fios do meu cabelo”, falou. Esse percurso, até a confirmação da doença, é comum nos relatos de pessoas que convivem com a fibromialgia. A doença não tem diagnóstico através de exames, sua confirmação é feita exclusivamente por critérios e avaliação clínica. 

Em cada consultório o paciente com fibromialgia recebe o suporte que é necessário para seu caso. O tratamento é personalizado e indicado a partir da avaliação clínica. A unidade oferece acompanhamento direcionado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos especialistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e acupunturistas. Somente no ano passado foram mais de 7 mil atendimentos na Clínica da Dor do HMPJN e de janeiro a março deste ano a unidade registrou mais de mil atendimentos. Cerca de 30% dos pacientes de fibromialgia são mulheres.

Com um carinho singular no atendimento, disposto a ajudar e percorrendo todos os consultórios entre os pacientes, o médico especialista em dor, Antônio Argôlo, é chamado de anjo. “Ele cuida de todos nós com amor. Ninguém sai daqui da forma como entrou”, afirma a paciente Josecleide Souza, 54 anos. Ela conta que chegou na Clínica da Dor sem nenhuma expectativa de melhora em seu quadro e se surpreendeu com os resultados. “Esse lugar é o céu na terra na vida de quem precisa se recuperar, ter qualidade e ânimo para viver”, falou.

O médico explica que a fibromialgia não escolhe classe social, gênero ou raça e pode afetar a vida de pessoas em várias faixas etárias, inclusive crianças. A doença é considerada crônica e não tem cura. “Não existe uma causa que justifique o aparecimento da fibromialgia, mas já se sabe que ela pode se manifestar após eventos graves na vida de uma pessoa como traumas físicos ou psicológicos. Em geral, a patologia pode iniciar com uma dor localizada e com o tempo se difundir para outras partes do corpo. Aqui na Clínica da Dor oferecemos tratamentos para amenizar o sofrimento e garantir uma melhor qualidade de vida”, explicou.

Entre os relatos das vidas transformadas está o de Alessandra Andrade, 28 anos. A jovem vendedora, conta que manifesta os sintomas da síndrome desde a infância. “Desde os 11 anos eu sinto dores constantes. Minha mãe me levava para vários médicos de diferentes especialidades para descobrir o que eu tinha, mas nunca recebi um diagnóstico. Estou aqui há cerca de um ano me tratando”, contou ela que ainda fez um apelo. “Eu peço que as pessoas parem de julgar as outras quando falam que sentem dor, eu sofri muitas vezes com isso. As pessoas só veem nosso exterior, não imaginam nossa luta e sofrimento”.

Alessandra conheceu o equipamento através da Associação de Fibromiálgicos e Doenças Crônicas de Lauro de Freitas (AFLF). “Eu achava que realmente não tinha mais jeito e essa Associação me deu uma luz, uma direção com a indicação da Clínica da Dor onde hoje posso ter uma vida melhor”, lembrou. A AFLF nasceu através de grupo de WhatsApp e hoje funciona com sede física no Loteamento Santa Júlia, na Itinga.

De acordo com a mentora da Associação e paciente de fibromialgia, Livan Almeida, a Clínica da Dor é referência para todo o estado da Bahia. “Eu converso com representantes de pacientes que convivem com a doença de várias cidades e todos sonham com um equipamento como esse em seu município. A Clínica da Dor tem uma importância única na vida de quem convive com a fibromialgia porque devolve a alegria de viver, de pensar positivo e acreditar que pode-se viver com a doença de forma digna e com qualidade”, falou.

A primeira consulta é marcada na Central de Regulação às quartas-feiras. O requisito obrigatório é ter um relatório de encaminhamento para a Clínica da Dor, direcionado por um ortopedista ou reumatologista, com diagnóstico do paciente.

Audiência Pública

As experiências sobre o convívio com a fibromialgia serão debatidas nesta quinta-feira (12), em Audiência Pública, às 15h30, na Escola Porto Feliz, localizada no Parque Santa Rita na Itinga. Além de discutir o Projeto de Lei nº142/2019 que versa sobre a instituição do dia 12 de maio como Dia Municipal de Luta Contra a Fibromialgia. O PL é de autoria da vereadora Naide Brito. Estarão na atividade profissionais de saúde, AFLF, pacientes e familiares.

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