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Julho das Pretas: Roda de conversa em Lauro de Freitas alerta para temas importantes envolvendo mulheres negras

O debate sobre o racismo, violência contra a mulher negra e a estrutura social desigual em torno do tema, foram debatidos na tarde desta quarta-feira (13) durante a primeira ação do Julho das Pretas em Lauro de Freitas. Na grade da programação promovida pela Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (Sepadhir), uma roda de conversa com a participação de representações femininas atuantes no município discutiu o tema “Em defesa da vida das mulheres negras pelo bem viver” e a apresentação do grupo Bankoma, fortaleceu o sentimento de resistência das mais de 80 pessoas que passaram pelo auditório da Unime, onde o evento foi realizado.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Lauro de Freitas 38,6% das mulheres se declararam negras, a estatística está além da média nacional que aponta que as mulheres negras são 28% da população. “O Julho das Negras pauta políticas em relação às mulheres negras da sociedade tendo em vista que ocupamos os piores indicadores sociais. Nós da gestão temos esse compromisso de realizar esse movimento em alusão a esse mês com atividades nessa perspectiva e nessa reflexão”, disse a superintendente de Promoção da Igualdade Racial, Aline Santos. 

A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, lembrou que o município foi o primeiro do país a ter uma Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e um ano após inaugurou o Centro de Referência Lélia Gonzáles. “Nosso município é majoritariamente negro e nossos equipamentos com serviços voltados a política de gênero são utilizados pelas mulheres negras em sua maioria. Implantamos a Ronda Maria da Penha aqui na cidade e não vamos descansar até termos uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Nós temos realizado, mas sabemos que há muito que precisa ser feito para que essas mulheres tenham a garantia de seus direitos”, falou.

Atenta aos debates, a baiana de acarajé Mônica Francisca, contou que nesses 14 anos de profissão presenciou muitas situações de racismo. “Semana passada uma vizinha, que também é baiana, foi chamada de macaca pelo cliente porque não baixou o valor do quitute como ela queria. E eu já passei por coisas semelhantes. Esse espaço é muito importante, para sabermos que não estamos sozinhas e podemos vencer essas situações”, contou ela que gravou todas as palestras para mostrar aos filhos.

O encontro contou com a participação da ativista Valdinéia Trindade, da economista Rosemeire Oliveira e da enfermeira especialista em saúde da população negra, Gilmara Santos. O próximo evento do Julho das Pretas será no dia 25, com uma Feira da Diversidade, no Quilombo do Quingoma. Na pauta “O protagonismo das mulheres negras”, com exposições e vendas de produtos artísticos e culturais. A programação conta ainda com desfile afro, oficina de turbante, roda de diálogo, atendimento à saúde da mulher negra, roda de capoeira feminina, entre outras atividades. A Feira será aberta ao público,  das 14h às 17h30

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