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Pela primeira vez em anos, Axé Music fica de fora do Prêmio Multishow.

Surgido na década de 80 nas avenidas do Carnaval de Salvador, o Axé Music é um gênero musical baiano que mistura elementos instrumentais do candomblé, samba, reggae, entre outras referências de ritmos afro-brasileiros e latinos.

Pejorativamente designado pela mídia como “Axé”, a ideia dos jornalistas da época era debochar e abrandar o som que vinha da Bahia e que estava ganhando espaço no país, porém não foi o que aconteceu. O termo popularizou, chegando ainda mais forte nas regiões do Brasil e ganhando mais espaço nos veículos de comunicação. Era rotina nas tardes de sábado do programa do Chacrinha, terem como atrações principais, vocalistas e novos talentos do gênero. Era impossível ligar a TV, rádio, ir a eventos e não estar tocando a “música baiana”. Os principais festivais do país e até mundial, como “Rock in Rio”, se renderam ao som colocando no palco principal, baianos da música, a exemplo Carlinhos Brown e Ivete Sangalo.

Como falar do Axé Music e não ressaltar grandes feitos desses artistas? Carlinhos Brown foi indicado ao Oscar como melhor canção em trilha sonora de filme. Ivete Sangalo, a cantora que mais vendeu DVD no mundo, com o “Ivete ao vivo no Maracanã”. Como não citar o Olodum que colocou 750 mil pessoas no Central Park, NY em 1991?

arrives at the 84th Annual Academy Awards held at the Hollywood & Highland Center on February 26, 2012 in Hollywood, California.

Mas o que vem acontecendo com o gênero? Após tantas conquistas e consagração do ritmo no Brasil e no mundo, o Axé Music vem sumindo dos festivais, das rádios, das premiações e até mesmo perdendo espaço no próprio carnaval baiano. O ano é 2022 e quantos novos talentos da música baiana, especificamente no Axé Music foram lançados ou estão em acessão em suas carreiras? Qual foi o último grande hit de axé? “Circulou” em 2012?

Na tarde da segunda-feira (29), foram divulgadas as categorias e indicações do Prêmio Multishow, uma das principais premiações do país e pela primeira vez em mais de 20 anos, não há representantes do gênero baiano concorrendo ao prêmio. Nem mesmo a cantora Ivete Sangalo com mais de 38 indicações e vencedora de 20 delas, está na lista dos indicados de 2022.

O que precisa ser feito? Uma renovação do Axé Music? E quando os artistas atuais se aposentarem? Será o fim do gênero? E o que eles tem feito para isso não aconteça? São muitos os questionamentos.

Não há como falar sobre renovação de gênero musical e não citar a música sertaneja. Após consagração de grandes ídolos do país como Leonardo, Roberta Miranda, Daniel entre outros, os mesmo apoiaram novos movimentos como o “Sertanejo Universitário” e trouxeram consigo os artistas e até mesmo adaptaram seus repertórios, incluindo e produzindo novas canções com roupagens atuais.
Como esquecer turnês de suceso como “Amigos”, onde a dupla Leandro e Leonardo se juntam a Chitãozinho & Xororó e Zezé de Camargo e Luciano fazendo shows por todo país? O universo musical sertanejo, está sempre se reinventando, a exemplo criação de grandes festivais como o “Villa Mix”, o evento reúne os principais cantores do ritmo com um público que somam mais de 120 mil pessoas.

Questionamentos como trazidos nessa matéria, não são novidades no meio. Quem assistiu ao documentário gravado em 2017 e que se encontra disponível na Netflix, “Axé, canto do povo de um lugar”, pôde conferir depoimentos de pioneiros do gênero, que se entristecem com o caminho que a música da Bahia vem trilhando. Contrapartida, não só no documentário como em entrevistas que abrangem esse assunto, existem artistas que ainda permanecem firmes na ideia de que está tudo bem e perfeito.

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