Bahia: Indígenas denunciam novo ataque de homens armados
Segundo liderança indígena, ataques são motivados por disputa de terras onde povo Pataxó mora
Indígenas da etnia Pataxó voltaram a denunciar um ataque de pistoleiros na Aldeia Nova, que fica na cidade de Prado, no extremo sul da Bahia. A situação aconteceu entre a noite de terça-feira (6) e a madrugada por disputa de terras. As informações são do g1 Bahia.
De acordo com Zeca Pataxó, uma das lideranças indígenas, ao todo 38 famílias moram no território. Ele explica que o grupo de pistoleiros invadiu as terras, quebraram as portas e até mataram animais.
“Eles invadiram as terras, quebraram as portas e até mataram cachorros. Desta vez, nenhum indígena ficou ferido, porque eles se esconderam no mato. Se as pessoas tivessem ficado em casa, seriam assassinadas. O cacique está escondido. Esses pistoleiros estão a mando de fazendeiros da região, que tentam invadir as terras indígenas, que já são demarcadas antropologicamente”, detalhou.
Ainda segundo o líder indígena, o novo atentado tem ligação com o assassinato de um Pataxó de 14 anos. O jovem foi morto a tiros na madrugada do último domingo (4), na mesma região. A vítima foi identificada como Gustavo Conceição da Silva e foi morto em um atentado de pistoleiros.
“A polícia até chegou na madrugada [desta quarta], mas fez uma ronda e foi embora. Nós solicitamos de imediato a presença da Força Nacional na região, para apaziguar os conflitos, mas o que vemos é a omissão do governo federal e do governo estadual. Além disso, tem muito policial militar que faz a segurança particular dos fazendeiros”, afirmou o líder indígena.
Em nota, a Polícia Militar informou que agentes da Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE) Mata Atlântica estiveram no local depois que foram acionados pelo cacique.
À polícia, ele afirmou que a aldeia estava sendo atacada por disparos de arma de fogo vindo da mata. A PM realizou rondas no local, mas nenhuma arma, munições ou suspeitos foram encontrados. Ainda segundo a polícia, os miliares permanecem no entorno da área conflituosa, com ações de policiamento.
A Polícia Civil informou que não há registro do ataque em delegacia.
Fonte: IBahia.