Salvador: Fonoaudióloga tenta tirar crianças dos pais na Barra
Pelo menos quatro boletins de ocorrência já foram registrados por pessoas diferentes
Uma mulher se aproxima de pessoas que estão acompanhando uma criança e começa a tentar afastar o menor de idade dos seus conhecidos. Relatos de vítimas que vivenciaram situações como esta na região da Barra, em Salvador, têm circulado nas redes sociais e no WhatsApp. “Se a gente não impedisse, ela ia levar meu filho embora”, diz uma mãe assustada em um dos áudios que foi encaminhado em grupos de pais da capital baiana. Outras mulheres alegam ter sido perseguidas pela mesma pessoa.
Uma mãe que passou pela situação com o filho de 9 anos no domingo (11), registrou um boletim de ocorrência virtual sobre o acontecido na terça-feira (13) e contou à reportagem com detalhes os momentos de tensão. Dani Baqueiro, 39, conta que passeava com o pai e o filho na região do Porto da Barra, quando foram abordados por uma mulher jovem e com perfil de atleta.
“Ela começou a fazer polichinelos com meu filho e chamou ele para correr. Nós, que estávamos tranquilos por ela estar próxima, começamos a nos olhar e não gostar da situação. Foi quando ela puxou ele pela mão e começou a se afastar de nós. Gritamos o nome dele e ela corria cada vez mais rápido”, conta Dani.
Segundo conta, o pai teria corrido bem rápido até conseguir alcançar a mulher e o filho e separar os dois. O medo deles é que a mulher colocasse o menino dentro de algum automóvel e o levasse embora, já que eles ficaram afastados durante um momento.
Dani afirma que ficou muito assustada e tensa, mas que teve receio de ter interpretado a situação erroneamente e que na verdade a mulher não tinha feito nada demais. Foi quando relatos parecidos começaram a surgir, que ela se preocupou com a proporção do ocorrido.
Os relatos acabaram se cruzando nos grupos de WhatsApp e mais pessoas disseram conhecer a mulher suspeita e ter presenciado situações parecidas. Com os áudios e fotos viralizando, a fonoaudióloga acabou sendo identificada. Como há suspeita de que a mulher sofra de problemas psiquiátricos, a reportagem decidiu preservar a identidade dela.
Denúncias
Procurada, a Polícia Civil informou que tomou conhecimento da notícia crime por meio das redes sociais, entrou em contato com os pais das supostas vítimas e agendou oitivas. A delegada responsável pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) solicitou a presença deles na unidade policial para prestar esclarecimentos.
O Conselho Regional de Fonoaudiologia da 4º Região (Crefono 4), responsável pelo estado da Bahia, confirmou que a suspeita é inscrita no conselho regional. A instituição ainda afirmou que recebeu algumas denúncias contra a profissional, que foram encaminhadas à Comissão de Orientação e Fiscalização para que sejam apuradas e tomadas as medidas cabíveis.
A suspeita se apresenta como fonoaudióloga especialista em sua biografia no Instagram. A especialidade, no entanto, não consta no site oficial do Conselho Federal de Fonoaudiologia. Segundo fontes do Conselho, caso fosse especialista, sua inscrição deveria constar no site de abrangência nacional. Ela foi procurada, através das redes sociais, mas não deu retorno. Em seu perfil no LinkedIn, consta que ela se formou na faculdade Unime e que possui pós-graduação em autismo.
Fonte: Correio.