Acarajé vira patrimônio do RJ; Érico Brás e internautas se revoltam
O acarajé, comida tradicional e representativa do cardápio da Bahia, apesar da origem africana, se tornou patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro no dia 28 de setembro, causando uma revolta entre os baianos. A Lei 10.157/23, dos deputados Renata Souza (Psol), Dani Monteiro (Psol) e Átila Nunes (MDB), foi sancionada no último dia 24 pelo governador Cláudio Castro, e garante o título ao preparo, sua produção e comercialização no estado.
“O acarajé é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro-brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. Seu nome vem da língua africana iorubá, onde ‘akará’ quer dizer ‘bola de fogo’ e ‘jé’ significa ‘comer'”, diz comunicado do Palácio Tiradentes.
A honraria cria uma situação revoltante para os baianos: o “Bolinho de fogo” em si é patrimônio lá no Rio, mas não na Bahia. Por aqui, é o ofício das Baianas de Acarajé (a tradicional produção e venda em tabuleiros) que recebe desde 2012 a configuração de patrimônio imaterial da cultura baiana, pela Lei nº 14.191/2012. Já o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) considera o valor patrimonial do ofício a partir de 2005.
Indignado com a situação, o ator Érico Brás se pronunciou nas redes:
“Eu não quero saber porque o acarajé foi tombado no Rio de Janeiro e não foi tombado na Bahia. A culpa não é do Rio não, a culpa é de Salvador, a culpa é da Bahia, sabe por quê? Porque as pessoas responsáveis por fazer isso, as autoridades, não fizeram, assim como não fizeram com Cachaça, com Capoeira”, começou o ator.
“Por que os caras não fizeram? É engraçado que a gente já viveu aquela disputa histórica maluca de o samba nasceu no Rio, nasceu na Bahia, nasceu no Rio, samba nasceu na Bahia e ganhou características urbanas no Rio de Janeiro, é óbvio, mas pra que essa maluquice? A gente já perdeu um monte de coisa, quer saber o que a gente vai perder daqui a pouco? A gente vai perder cravinho, a gente vai perder carnaval (…) eu tô falando isso porque as autoridades que deveriam tombar tudo que é baiano(…) acho engraçado que ninguém, ninguém quer tombar churrasco, ninguém quer tombar hambúrguer, ninguém quer tombar milkshake. Mas acarajé todo mundo quer.”
Na web, os internautas também se posicionaram, chateados com o fato:
Fonte: BNews.