Governo lança plano para juventude negra, prevendo criação de bolsa de R$ 500 e programa de câmeras corporais
Nesta quinta-feira, o governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou o Plano Juventude Negra Viva, concentrando-se em iniciativas destinadas a esse segmento em áreas como saúde, educação e segurança pública.
Uma das iniciativas do plano é a implementação de um projeto nacional para o uso de câmeras corporais por policiais, visando prevenir abordagens violentas contra jovens negros. Além disso, prevê-se a criação de uma bolsa de R$ 500 para esse grupo durante cursos de capacitação, embora ainda não haja uma definição sobre o momento em que o benefício será estabelecido.
O plano inclui ainda a implementação de cotas étnico-raciais para programas culturais, bem como bolsas para preparar jovens para ingressarem em cargos efetivos do serviço público federal.
De acordo com o governo, o Plano Juventude Negra Viva receberá investimentos de R$ 655 milhões e foi lançado em um evento em Ceilândia, no Distrito Federal, com a presença do presidente Lula, da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e outros membros do governo.
O plano conta com 200 ações e 43 metas específicas, distribuídas em diversos eixos, como saúde, educação, cultura, segurança pública, geração de trabalho e renda, ciência e tecnologia, esportes, segurança alimentar, fortalecimento da democracia, meio ambiente, garantia do direito à cidade e valorização dos territórios.
Os investimentos e ações serão conduzidos por 18 ministérios do governo. Segundo o governo, o pacote é resultado de demandas dos movimentos negros em todo o Brasil, com o objetivo principal de reduzir a violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam predominantemente a juventude negra no país.
Além das medidas já mencionadas, o plano prevê a criação do Projeto Nacional de Câmeras Corporais para orientar o uso desses equipamentos na segurança pública e a implementação do Pronasci Juventude, oferecendo bolsas de R$ 500 para jovens negros durante cursos de capacitação profissional.
A ministra Anielle Franco enfatizou a importância da futura bolsa como uma das principais medidas do plano, destacando também as ações na área da saúde mental da juventude negra.
Outras metas incluem a ampliação das condições para que jovens negros ingressem no serviço público federal, o aprimoramento das ações afirmativas na educação superior e pós-graduação, e a aplicação de políticas de saúde para pessoas resgatadas de trabalho análogo à escravidão.
Durante o lançamento do plano, o presidente Lula abordou o racismo existente na sociedade, citando os ataques ao jogador Vini Junior na Espanha, e destacou a necessidade de um país com mais justiça social e menos discriminação.