Por estratégia, PT silencia em sessão que aprovou fim das saidinhas
Durante a sessão da Câmara dos Deputados que aprovou, nesta quarta-feira (20), o projeto de lei que elimina as saídas temporárias de presos em regime semiaberto durante datas comemorativas, o PT optou por adotar o silêncio como estratégia.
A proposta, que foi modificada no Senado, necessitava da análise dos deputados federais antes de ser submetida à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que possui o poder de vetar total ou parcialmente o texto.
Entre os membros da bancada do PT, houve o entendimento de que manifestações contrárias à abolição das saídas temporárias poderiam prejudicar ainda mais a avaliação do governo Lula, que registrou queda nas últimas pesquisas divulgadas.
Portanto, o partido decidiu não se pronunciar sobre o tema, deixando para outros partidos de esquerda, como PSol e PCdoB, confrontarem os bolsonaristas no plenário da Câmara. O projeto foi aprovado de forma simbólica.
Apenas um único petista foi designado para discutir a proposta durante o tempo de liderança da Federação do PT-PSol-Rede: o deputado Merlong Solano (PT-PI).
Em seu discurso, o parlamentar do PT argumentou que “apenas endurecer as penas não resolve o problema” e solicitou a aprovação das alterações feitas pelo Senado ao texto.
“Nossa Federação, entendendo que o Senado tornou menos prejudicial o que esta Casa aprovou, uma lei de ódio, vai, ao mesmo tempo em que critica a lei que esta Casa aprovou, orientar a aprovação das emendas que o Senado enviou para esta Casa, porque, pelo menos, elas permitem que o prisioneiro saia para trabalhar e estudar”, afirmou.