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Uso diário de maconha aumenta risco de derrame e infarto, diz Sociedade Americana do Coração

Um recente estudo divulgado no Journal of the American Heart Association revela as possíveis complicações para a saúde cardiovascular decorrentes do uso diário de maconha. Realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), o estudo analisou os dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) envolvendo aproximadamente 434 mil participantes. O objetivo era investigar a associação entre o uso de cannabis e eventos cardiovasculares.

De acordo com as descobertas, cerca de 4% dos participantes eram usuários diários de maconha, 7,1% faziam uso ocasional e 88,9% não tinham consumido a substância nos últimos 30 dias. O estudo examinou os riscos de doença cardíaca coronariana, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral associados ao uso da maconha, comparando-os entre a população adulta em geral e os não fumantes de tabaco.

Os resultados revelaram que os usuários diários de maconha apresentaram um aumento de 25% no risco de infarto e um risco 42% maior de AVC. Abra Jeffers, co-autora do estudo do Massachusetts General Hospital, destacou que o uso de maconha pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo. Ela enfatizou que, embora o estudo tenha se concentrado no uso diário, qualquer uso da substância aumenta o risco, sendo que quanto mais dias de consumo por mês, maior o risco associado.

Atualmente, o uso recreativo da cannabis é legalizado em 24 estados dos Estados Unidos. Em 2019, quase 4% dos americanos relataram usar maconha diariamente, enquanto 18% afirmaram fazer uso anualmente. Robert Page, presidente da American Heart Association e professor da Universidade do Colorado, ressaltou a preocupação com o fato de que a maioria dos participantes do estudo estava em boa saúde aparente.

Além disso, foi observado que o grupo de fumantes diários de maconha mais significativo tinha entre 18 e 34 anos. Segundo Page, esses jovens tendem a evitar consultas médicas por se sentirem invencíveis, o que pode atrasar a detecção de problemas de saúde relacionados ao consumo de maconha.

Page também expressou preocupação com a possibilidade de que os perigos do consumo de maconha sigam uma trajetória semelhante à dos cigarros, levando tempo para serem plenamente reconhecidos pelo público em geral. Embora a revisão realizada pelos cientistas tenha destacado que a maconha é frequentemente considerada menos prejudicial em comparação com outras drogas de Classes I ou II, ressaltou-se que o abuso da substância pode levar à dependência física e, em alguns casos, à dependência psicológica. No entanto, a probabilidade de resultados graves foi considerada baixa.

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