Mães denunciam Projeto Canaã por discriminação contra crianças autistas: “Chamou minha filha de este tipo de criança”
O Projeto Nova Canaã, conduzido pela Associação Beneficente Projeto Nordeste (ABPN) e reconhecido pelo seu compromisso com o auxílio às famílias carentes de Irecê, no centro-norte da Bahia, está enfrentando acusações de discriminação contra duas crianças autistas, um menino e uma menina, ambos com cinco anos de idade.
A denunciante é a cabeleireira Marta Ribeiro dos Santos, que relatou, nesta terça-feira (2), que no dia 10 de março o projeto social anunciou em suas redes sociais a abertura das inscrições para o “Projeto Nadar”, oferecendo atividades esportivas gratuitas, como natação, vôlei e futsal, para crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos.
Marta e sua amiga Alessandra de Souza foram até a sede do projeto com a documentação das crianças e realizaram as matrículas. No entanto, após uma espera pelo horário das aulas, foram informadas de que precisariam obter um relatório médico do posto de saúde do bairro para confirmar a aptidão das crianças para participar das atividades.
Depois de obter o relatório e confirmar que tudo estava em ordem com as matrículas, Marta e Alessandra foram chamadas na sede do projeto, onde foram informadas de que não havia verba suficiente para fornecer um cuidador para as crianças autistas, conforme relatado pela assistente social do projeto. Marta destacou que essa conversa ocorreu com as assistentes sociais Romilda e Fábia.
As mães registraram um boletim de ocorrência contra o Projeto Canaã na Delegacia de Irecê e estão sendo assistidas por um advogado que planeja entrar com uma ação também no Ministério Público ainda esta semana. Até o momento da redação deste texto, não foi possível obter um posicionamento do projeto, devido ao horário de funcionamento da instituição, que é das 8h às 17h. O espaço permanece aberto para qualquer manifestação por parte do projeto.