Equipe de Lula culpa ministro e reconhece erros em série com 1º de Maio esvaziado
O círculo próximo a Lula (PT) aponta uma série de falhas na organização e na participação do presidente no evento em comemoração ao Dia do Trabalhador, na quarta-feira (1º).
Desde a escolha inadequada do local, distante do centro, até a fraca convocação de parlamentares e apoiadores, os aliados do presidente veem uma desarticulação prejudicial ao governo. Se tivesse sido informado sobre a baixa expectativa de público, Lula não teria precisado confirmar sua presença.
Após o fracasso do evento, há avaliações de que teria sido melhor ele adiantar sua ida ao Rio Grande do Sul, que sofre com fortes chuvas e necessita de ajuda federal, em vez de participar do ato.
O time do presidente tem culpado o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo (PT), pelo fiasco, pois é o responsável pela relação com os movimentos sociais e, segundo aliados, estimulou a participação de Lula no evento. Lula só confirmou sua ida ao Rio Grande do Sul após o governador Eduardo Leite (PSDB) clamar por ajuda federal nas redes sociais. Enquanto ignorava a situação no Sul, Lula se expôs em um evento esvaziado, causando comparações desfavoráveis com mobilizações recentes de Jair Bolsonaro (PL).
Além disso, o uso de recursos públicos da Petrobras e da Lei Rouanet aumentou as críticas ao evento. Lula também fez um pedido explícito de voto para o deputado Guilherme Boulos (PSOL), o que gerou acusações de infração à legislação eleitoral.
O discurso de Lula em favor de Boulos foi visto de maneira negativa por aliados. O presidente defendeu suas declarações, enquanto Boulos minimizou as acusações de infração eleitoral. Internamente, as críticas se estendem ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), e ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), além do gabinete presidencial como um todo.
O financiamento do evento também gerou desgaste para o governo, com a Petrobras e a Lei Rouanet envolvidas. O presidente do MDB, Baleia Rossi, criticou as declarações de Lula, considerando-as infelizes para um dia de luta como o Dia do Trabalho.
