Prevista para janeiro deste ano, entrega da Nova Rodoviária de Salvador deve ficar para 2025
A construção e entrega da Nova Rodoviária de Salvador, localizada no bairro de Águas Claras, teve mais um desenvolvimento recente. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou sobre o tema nesta segunda-feira (20) no Parque de Exposições, durante a entrega de vans escolares para 54 municípios baianos.
O governador mencionou que pretende visitar o local das obras para avaliar o progresso. O novo terminal servirá para embarque e desembarque de passageiros dos ônibus metropolitanos, intermunicipais e interestaduais. “Quase fui lá ontem, mas as chuvas impediram. Quero fazer uma visita para entender o andamento da obra. Houve movimentação de terra por causa das chuvas”, disse Rodrigues, destacando que o governo busca “entender e redefinir novos prazos” para concluir a entrega em 2025.
O novo terminal será três vezes maior que a rodoviária atual, expandindo de 22 mil metros quadrados para 70 mil metros quadrados. O complexo inteiro ocupará 200 mil metros quadrados e operará como um grande terminal de ônibus. Isso aliviará o trânsito na cidade, pois esses veículos não precisarão mais se dirigir ao centro da capital baiana.
Embora ainda não haja prazo definido para a entrega, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) contratou uma empresa de engenharia para fiscalizar a concessão da rodoviária.
O prazo de concessão é de 30 anos, com possibilidade de prorrogação por até 5 anos, abrangendo atividades como operação de embarque e desembarque de passageiros, gestão, entre outros. O valor total estimado do contrato é de R$ 749.131.436,62. O contrato foi publicado em dezembro de 2019, durante a gestão do ex-governador Rui Costa (PT).
DIFICULDADE DE CONCESSÃO
O Bahia Notícias já havia relatado a dificuldade do consórcio responsável pela obra em concluir o projeto. Informações indicam que um contrato com a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) poderia salvar a execução da obra, mas recentemente houve uma sinalização negativa para esse contrato. Com isso, a Sinart está mantendo a obra em atividade mínima e deve suspender os serviços ainda em junho devido a dificuldades financeiras.
Após o início da obra, a AJJ deixou o projeto por problemas financeiros. O consórcio responsável pela execução inclui as empresas lideradas por Andrade Mendonça, Jorge Goldenstein e Jorge Simões. Com a Sinart assumindo sozinha, surgiram dificuldades adicionais.
Interlocutores da gestão revelaram ao Bahia Notícias que a Sinart investiu pelo menos R$ 60 milhões durante a execução, e o contrato com a Desenbahia poderia auxiliar com mais R$ 15 milhões para finalizar a obra. “Se a Desenbahia não fizer o aporte, eles não têm condições de entregar”, afirmou uma fonte envolvida nas negociações. A Sinart buscou auxílio da Secretaria de Infraestrutura da Bahia, liderada por Sérgio Brito, mas sem sucesso.
A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) começou a investigar o “possível atraso” na entrega da nova rodoviária, que não foi concluída em 2023. Um processo administrativo sancionatório foi aberto para apurar eventuais irregularidades atribuídas à empresa responsável pela obra.