Saída da prefeitura de Salvador do Palácio Thomé de Souza avança e atual gestão estuda locais; saiba onde
Ainda em meio à disputa pela prefeitura de Salvador, o próximo prefeito eleito pode não assumir o cargo no mesmo prédio da atual gestão. Um processo judicial em andamento na Justiça Federal aponta que o edifício atual não está em conformidade com as restrições arquitetônicas e culturais da região, o que pode levar à mudança de sede.
De acordo com informações obtidas pelo BN, uma decisão sobre o assunto deve ser tomada após as eleições de 6 de outubro deste ano, impactando a gestão que se inicia em 1º de janeiro de 2025. Entre as opções para a nova sede, o Palácio da Sé, administrado pela Arquidiocese de São Salvador da Bahia, próximo à Cruz Caída, é o local mais cogitado.
Além da prefeitura, a Câmara Municipal de Salvador, cujo auditório está localizado abaixo da atual estrutura, também pode ser transferida para outro casarão próximo ao Palácio da Sé. O destino do prédio atual da Câmara ainda é incerto, mas o Cine Excelsior, que será transformado em um Centro de Convenções, é uma das opções.
O movimento para a saída da prefeitura foi iniciado após uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal em 2000. O argumento é que o prédio foi construído sem autorização definitiva do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2007, uma decisão judicial determinou a demolição da estrutura metálica, que foi montada em 35 dias e está em uso desde 1986. A prefeitura recorre dessa decisão até hoje.
Toda a área onde está a atual prefeitura é parte do Centro Histórico de Salvador, reconhecido como patrimônio da humanidade pela Unesco. A região possui cerca de 3.000 casarões dos séculos 16 a 18.
O Palácio da Sé, possível nova sede da prefeitura, foi construído entre 1707 e 1715 e serviu como residência do arcebispo Dom Sebastião Monteiro da Vide. A Arquidiocese já teria dado aval para que o local seja ocupado pela administração municipal, possivelmente ainda em 2024.
Em paralelo, o prefeito Bruno Reis anunciou que pretende implantar um novo espaço cultural no subsolo da Praça Municipal, entre os Palácios Thomé de Souza e Rio Branco. O projeto inclui a relocação de uma subestação de energia operada pela Coelba para a Praça Castro Alves, contribuindo para a revitalização da área do Pelourinho e atraindo um público focado no turismo cultural.