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Após 11 anos sem funcionamento, os elevadores da Via Expressa foram oficialmente desativados

Por mais de uma década, quem precisa acessar as passarelas da Via Expressa de Salvador, localizadas na Estrada da Rainha, na Avenida Heitor Dias e na Avenida Barros Reis, enfrentou a realidade de oito elevadores que, apesar de terem passado por reformas, nunca chegaram a funcionar. Eles foram oficialmente desativados apenas em setembro deste ano.

Em julho de 2021, após uma vistoria técnica realizada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) e pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), as obras de reforma das estruturas foram finalizadas. No entanto, a população não se lembra de ter visto os elevadores operarem para facilitar o acesso. Em vez disso, os equipamentos se transformaram em pontos de acúmulo de lixo e “abrigo” para pessoas em situação de rua.

“Nunca funcionaram. Reformaram, depois destruíram tudo de novo. Depois da reforma, os seguranças ficaram uma semana e desapareceram. […] Começaram a destruir tudo, levaram o que podiam, e o resultado está aí: tudo abandonado, entregue às baratas. O que deveria ter sido feito, não foi”, relatou um comerciante local à equipe do Repórter Metropole.

Um morador reforçou que, após a desativação, os elevadores viraram depósitos de lixo. “São 13 anos, construíram, mas nunca funcionou. Fecharam e não removeram o lixo. Está tudo feio, cercado e cheio de sujeira dentro”, afirmou.

Em nota ao Metro1, a Conder explicou que os elevadores foram instalados nas passarelas a pedido da Secretaria de Mobilidade do Município. Para atender a essa exigência, a Conder adaptou os projetos iniciais das passarelas. A responsabilidade pela operação e manutenção do sistema viário, incluindo a Via Expressa e seus equipamentos, foi transferida à prefeitura em 2013, em uma cerimônia pública com a presença do então prefeito.

Por outro lado, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) declarou que não é responsável pelos elevadores, atribuindo essa responsabilidade à Conder.

Investigação do MP-BA

Em setembro de 2019, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu um inquérito civil para investigar a possível omissão das autoridades públicas na gestão dos elevadores situados nas passarelas da Via Expressa e a necessidade de um sistema de segurança.

As passarelas onde os equipamentos foram instalados foram licitadas em março de 2013, com um custo de R$ 17,5 milhões, financiados por um convênio com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério dos Transportes.

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