CAPADestaqueEsportes

Ginastas do Subúrbio fazem vaquinha para competir no exterior

“Eu farei de tudo para alcançar meu sonho.” A determinação de Maria Clara das Neves, ginasta de 13 anos, reflete a luta de outras três atletas do Subúrbio de Salvador, que enfrentam a falta de apoio para participar de competições. Sem verba para viagens, hospedagem e uniformes, elas, que treinam no centro Talent, no bairro dos Barris, realizam vaquinhas para arrecadar R$ 40 mil e participar de torneios internacionais.

Maria Clara, ao lado de Kerem Santos, 11, e Ellen Vitória Correia, 18, conquistaram vaga no Pan-Americano de Ginástica Aeróbica, que ocorrerá no Panamá, nos dias 18 e 19 de novembro. Para cobrir os custos, criaram uma campanha de arrecadação virtual com a meta de R$ 30 mil, das quais já conseguiram R$ 2.403. Além da vaquinha, vendem produtos para complementar a renda. Maria Clara está confiante de que com a ajuda de todos, conseguirão atingir a meta e realizar a viagem.

Kerem, entusiasmada, se prepara para sua segunda competição internacional, lembrando que a primeira foi no Peru. Para ela, a experiência de representar o Brasil e a Bahia é motivo de grande orgulho. “Estou feliz porque meu esforço valeu a pena”, declarou.

Além delas, Bruna Sacramento, de 9 anos, também se classificou para o Campeonato Sul-Americano de Ginástica Rítmica, que será realizado em Aracaju, de 3 a 9 de dezembro. Para participar, ela busca arrecadar R$ 10 mil em sua própria vaquinha, mas até agora conseguiu R$ 580. Animada, Bruna acredita que vai vencer a competição.

As ginastas treinam sob a orientação de Eliana e Adison Mirales, no centro Talent. Eliana, ex-atleta de alto rendimento, conta que teve que abandonar seus sonhos por dificuldades financeiras e agora luta pelos sonhos das meninas. Ela lembra que muitas enfrentam restrições alimentares e financeiras, e questiona como podem arcar com os custos de competições internacionais.

O projeto começou no Subúrbio de Salvador e ganhou uma segunda unidade nos Barris, onde as atletas de alto rendimento treinam, apesar das dificuldades de deslocamento. Ana Rita das Neves, avó de Maria Clara, conta que a neta sai de casa às 6h e só retorna às 21h30, mas afirma que o esforço vale a pena.

Kerem, ginasta desde os quatro anos, foi incentivada pela mãe a entrar no esporte. Ela diz que a ginástica não só melhorou sua condição física, mas também sua mentalidade e maturidade, e conclui: “Quando estou praticando ginástica, me sinto feliz e realizada com um sonho.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Facebook
Facebook
YouTube
Instagram