Primeira Inteligência Artificial Afroreferenciada é lançada durante Festival Afrofuturismo em Salvador
Salvador foi palco do lançamento nacional da Wini.IA, a primeira inteligência artificial afroreferenciada do Brasil, durante o Festival Afrofuturismo. O evento ocorreu na Casa Vale do Dendê, situada no Centro Histórico da cidade, e integrou a programação do Novembro Salvador Capital Afro, promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult). A iniciativa celebra diversidade, tecnologia e inovação.
“A Prefeitura tem sido um grande parceiro, apoiando o Festival Afrofuturismo pelo terceiro ano consecutivo. Em 2023, ampliamos a estrutura: de dez casas na edição passada para quinze este ano, e esperamos superar o público de oito mil pessoas com palestras, debates e shows”, afirmou Paulo Rogério Nunes, criador da Casa Vale do Dendê.
O lançamento da Wini.IA acontece após sua estreia internacional no WebSummit, em Lisboa, consolidando a plataforma desenvolvida pela startup Biografia Preta como referência global em edtechs. A Wini.IA combina blockchain, curadoria de conteúdo e inteligência artificial regionalizada para oferecer uma experiência educativa inovadora. A ferramenta permite que usuários interajam virtualmente com figuras históricas afro-brasileiras, como Maria Filipa, Luiz Gama e Machado de Assis.
A plataforma é estruturada em três pilares:
• Inteligência Artificial Afroreferenciada, que fornece respostas baseadas em saberes afro-brasileiros e permite interações com perfis regionais (como nordestino, paulista e carioca).
• Biblioteca de Biografias, com conteúdos validados por pesquisadores negros para garantir precisão histórica.
• Metaverso Afroreferenciado, um espaço virtual que complementa a experiência educativa.
O projeto visa apoiar a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que exigem a inclusão de temas afro-brasileiros e indígenas nos currículos escolares. A Wini.IA é gratuita e pode ser acessada online.
A startup Biografia Preta é liderada por Leo Oliveira, fundador e chefe de desenvolvimento, ao lado das baianas Mel Campos, designer estratégica, e Tata Ribeiro, gerente de projetos. O time também conta com Ana Dindara, pesquisadora especializada em racismo algorítmico e discurso de ódio, reforçando o compromisso com inclusão e igualdade no ambiente digital.
Segundo Leo Oliveira, o objetivo é expandir a Wini.IA de Salvador para o Brasil e o mundo, recuperando e disseminando histórias da diáspora africana. “A história afrodiaspórica está presente em todos os lugares onde houve migração negra. Queremos aproximar as pessoas dessa riqueza cultural e histórica”, destacou o fundador.