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Morre Papa Francisco, aos 88 anos, no Vaticano

O Papa Emérito Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano. Segundo o comunicado oficial, o velório será realizado na Basílica de São Pedro, e o funeral acontecerá na Praça de São Pedro, ambos no Vaticano.

“Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que comunico a morte do nosso Santo Padre Francisco. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, declarou o camerlengo.

O pontífice havia sido internado no Hospital Gemelli, em Roma, no dia 14 de fevereiro, com um quadro de bronquite. Posteriormente, foi diagnosticado com pneumonia bilateral. No dia 20 de fevereiro, o jornal italiano Il Giornale d’Italia reportou que seu estado era grave e que ele havia recebido a extrema-unção.

Trajetória

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Filho de imigrantes italianos — Mário Bergoglio, contabilista ferroviário, e Regina Sivori, dona de casa —, formou-se inicialmente como técnico químico antes de seguir a vida religiosa.

Sua formação sacerdotal começou no seminário de Villa Devoto. Em 1958, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus. Estudou humanidades no Chile e, em 1963, concluiu a licenciatura em filosofia no Colégio de São José, em San Miguel, Argentina.

Foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969. No ano seguinte, obteve o grau em teologia na Faculdade de Filosofia e Teologia de São Miguel, onde lecionou durante a década de 1970. Em 1973, tornou-se provincial da ordem jesuíta na Argentina, durante um dos períodos mais sombrios da ditadura militar no país.

Bergoglio foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e, em 1998, assumiu como arcebispo da capital. Ficou conhecido por sua atuação pastoral junto às comunidades mais pobres e pela firme crítica às desigualdades sociais e econômicas.

Em 2001, foi elevado ao posto de cardeal pelo Papa João Paulo II.

Pontificado

Após a renúncia do Papa Bento XVI, em fevereiro de 2013, o conclave realizado na Capela Sistina teve como principais nomes os cardeais Jorge Mario Bergoglio (Argentina), Angelo Scola (Itália) e Marc Ouellet (Canadá). Bergoglio consolidou sua liderança na terceira votação e foi eleito na quinta, com 77 dos 115 votos — superando os dois terços necessários.

Em 13 de março de 2013, foi anunciado como novo papa. Escolheu o nome “Francisco” em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo da simplicidade e da dedicação aos pobres.

Francisco entrou para a história como o primeiro papa latino-americano, o primeiro jesuíta a assumir o cargo e o primeiro a adotar o nome do santo de Assis. Durante seu pontificado, quebrou diversos protocolos: recusou-se a viver no Palácio Apostólico, optando pela residência Santa Marta, e manteve um discurso firme em defesa dos pobres, da paz e da justiça social.

No mesmo ano de sua eleição, em 22 de julho de 2013, participou da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, reunindo mais de um milhão de jovens de todo o mundo.

Sua liderança foi marcada por posicionamentos progressistas em temas sociais, além de um esforço contínuo por aproximar a Igreja das periferias do mundo. Seu legado será lembrado por sua humildade, carisma e compromisso com os mais necessitados.

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