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Corredor Bioceânico deve reduzir preço de alimentos e impulsionar comércio entre Brasil e Chile, afirma Simone Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (23) que a conclusão do Corredor Bioceânico — rota rodoviária que ligará Brasil e Chile — terá impacto direto na redução dos preços dos alimentos comercializados entre os dois países. A declaração foi feita durante o Fórum Empresarial Brasil-Chile, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, com a presença do presidente chileno, Gabriel Boric, e do ministro da Economia do Chile, Nicolas Grau.

O corredor, que está em fase de construção, deverá ser concluído até maio de 2026. Segundo Tebet, 200 quilômetros de pavimentação em território paraguaio seguem em andamento e devem ser finalizados até dezembro de 2025. A rota será composta por trechos já existentes e outros que estão sendo modernizados ou pavimentados. O trajeto começa em Porto Murtinho (MS), no Brasil, atravessa o Paraguai e a Argentina, e chega ao Chile. A principal obra do projeto é a ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, no Paraguai, construída pela Itaipu Binacional.

Atualmente, cargas de carne e grãos que saem de Mato Grosso do Sul precisam percorrer um trajeto mais longo até o Chile, passando pelo sul do Brasil. Com o novo corredor, a expectativa é de economia logística significativa. “A redução no tempo de transporte deve levar a uma queda de até 24% no preço da carne chilena. E nós também ganhamos: produtos como o salmão, por exemplo, poderão ser vendidos a preços menores”, afirmou a ministra.

Durante o evento, Gabriel Boric destacou que a iniciativa representa uma conquista histórica. “Esse corredor é um exemplo concreto de integração regional. Vamos ligar o Pantanal ao deserto do Atacama, dois ecossistemas únicos. Isso é mais do que comércio, é também turismo e conexão entre povos”, disse o presidente chileno.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil exportou R$ 38 bilhões para o Chile em 2024 e importou R$ 28,27 bilhões, resultando em um superávit de quase R$ 10 bilhões na balança comercial. O volume total de transações entre os dois países ultrapassou R$ 66 bilhões.

Os principais produtos exportados do Brasil para o Chile são petróleo (29% das vendas), carnes bovinas (7,9%) e veículos (4,7%). Já as importações brasileiras são lideradas pelo cobre chileno (46%), seguido por pescados (19%) e outros minérios (5,9%).

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