Governo chinês diz que soja do Brasil substitui grãos dos EUA
Nesta segunda-feira (28), o governo da China declarou que a soja brasileira poderá substituir os grãos provenientes dos Estados Unidos (EUA) no abastecimento interno. A afirmação foi feita por Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China.
De acordo com Zhao, a perda das importações de grãos forrageiros e oleaginosas dos EUA não comprometerá o fornecimento chinês, já que o mercado global oferece alternativas e o país conta com reservas internacionais robustas.
“Produtos americanos como soja, milho e sorgo podem ser facilmente substituídos, e a oferta internacional é ampla. Portanto, mesmo sem adquirir grãos dos EUA, o abastecimento na China não sofrerá grandes impactos”, afirmou Zhao em entrevista à Bloomberg.
Atualmente, a China — maior importadora mundial de soja — deve receber, no segundo trimestre deste ano, um volume recorde da oleaginosa vinda da América do Sul, o que deve aliviar a escassez e contribuir para a queda dos preços da ração animal.
Esse aumento nas compras sul-americanas está diretamente ligado à política chinesa de diversificar suas fontes de abastecimento, iniciada após o início da guerra comercial entre EUA e China, marcada pela imposição de tarifas pelo então presidente americano Donald Trump.
Embora a colheita brasileira tenha enfrentado atrasos no começo do ano, causando problemas logísticos e forçando algumas esmagadoras chinesas a suspenderem temporariamente as operações, a expectativa é que as entregas se regularizem nos próximos meses.