Professor negro detido por engano em São Paulo é solto após 2 dias na prisão

Depois de passar quase dois dias detido, o professor que foi erroneamente preso na cidade de São Paulo, após ser confundido com um suspeito de sequestro e roubo de uma idosa de 74 anos em Iguape, litoral paulista, foi libertado na tarde desta quinta-feira (18).

Durante o processo judicial, o juiz Roberto Porto, responsável pelo caso, havia rejeitado o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa. No entanto, devido à falta de provas, o magistrado revogou a prisão temporária de Clayton. O homem nunca esteve em Iguape, que está a mais de 200 quilômetros de sua residência.

Em entrevista à Agência Brasil, Clayton compartilhou sua experiência: “Eu pensei que ao explicar tudo o que expliquei à polícia, que nunca estive lá, não conheço a pessoa, não conheço a área, não sei onde fica, eles me soltariam imediatamente. E nunca imaginei que teria que ficar preso por três noites e dois dias. Foi muito difícil, mas, graças a Deus, havia pessoas lá que me ajudaram muito a permanecer forte e não deixar que meu estado psicológico fosse abalado”.

Mesmo após ser liberado e comprovado que nunca esteve no local do crime, Clayton não poderá retomar suas funções como professor até o final das investigações, afirmou o advogado de defesa, Danilo Reis.

O caso ocorreu quando a idosa, conforme relato no boletim de ocorrência, foi abordada por duas mulheres enquanto caminhava em uma calçada, sendo forçada a entrar em um veículo onde um homem aguardava como motorista. Os criminosos circularam com a mulher, obrigando-a a fazer transferências bancárias totalizando R$ 11 mil. Na delegacia, a idosa identificou a foto de Clayton como sendo o motorista do carro.

De acordo com a defesa de Clayton, o professor recebeu uma intimação para comparecer à delegacia em sua residência e, ao chegar lá para averiguar o assunto, foi surpreendido com um mandado de prisão temporária, sendo detido na 26ª Delegacia de Polícia de São Paulo.