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Jovem com a “pior dor do mundo” recebe implantes avaliados em R$ 300 mil

A estudante Carolina Arruda, de 27 anos, que iniciou uma campanha de financiamento para realizar eutanásia na Suíça após conviver por 10 anos com uma doença conhecida como “a pior dor do mundo”, recebeu o implante de dois neuroestimuladores avaliados em cerca de R$ 300 mil para bloquear a dor.

Carlos Marcelo de Barros, médico responsável pelo tratamento de Carolina na Santa Casa de Alfenas, em Minas Gerais, explica que os eletrodos foram implantados na base do crânio e na medula da paciente. Esses dispositivos, equipados com geradores de energia, são controlados por um aplicativo via bluetooth.

Cada eletrodo custa cerca de R$ 150 mil, totalizando aproximadamente R$ 300 mil para os dois dispositivos. Esse valor refere-se apenas aos aparelhos, não incluindo o custo da aplicação.

Carolina não terá custos com o tratamento, pois os neuroestimuladores foram doados por um doador anônimo, que também forneceu outros itens classificados como OPMEs – Órteses, Próteses e Materiais Especiais.

Segundo a Santa Casa, apenas a internação clínica e os serviços hospitalares, incluindo os instrumentos cirúrgicos utilizados nos implantes, são cobertos pelo SUS. De acordo com Carlos Marcelo, se outras despesas médicas, como consultas, exames, diárias hospitalares e medicamentos fossem incluídas, o custo total do tratamento poderia aumentar em até R$ 100 mil.

CAMPANHA DE EUTANÁSIA
Quando questionada pelo G1 sobre o dinheiro arrecadado para a eutanásia, Carolina disse que pretende mantê-lo até que seja possível avaliar os resultados do tratamento. Até a tarde desta terça-feira (31), a campanha tinha arrecadado R$ 137 mil, de uma meta de R$ 150 mil.

O tratamento oferece outras três alternativas caso o implante não proporcione alívio suficiente: implante de bomba de morfina, cirurgia de descompressão vascular do nervo trigêmeo e neurocirurgia de nucleotratotomia trigeminal.

Carolina, natural de São Lourenço, sul de Minas Gerais, tem 27 anos, estuda medicina veterinária e é casada há três anos. Ela começou a sentir dores aos 16 anos, enquanto estava grávida e se recuperava de dengue. A intensidade da dor e o desgaste causado pela doença a levaram a considerar a eutanásia como uma solução para seu sofrimento.

Especialistas afirmam que a dor causada pela doença é uma das mais intensas do mundo. Ela não é constante fora das crises, mas pode ser desencadeada por atividades cotidianas, como escovar os dentes, mastigar, falar ou até mesmo sentir a brisa no rosto. A dor é incapacitante, impedindo a realização de atividades simples do dia a dia.

Após a repercussão do caso de Carolina, a Santa Casa de Alfenas abriu 50 vagas para atender pacientes com a doença da “pior dor do mundo”.

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