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Candidatos a vereador são acusados de vandalizar obra de rua na Av. Bonocô; artista cobra ressarcimento

Dois candidatos a vereador em Salvador foram acusados de vandalismo após colarem cartazes sobre um grafite localizado em um viaduto na Av. Bonocô. O artista responsável pela obra, Eder Muniz, está cobrando compensação pelo dano causado, mesmo após a remoção dos cartazes, conhecidos popularmente como “lambe-lambe”.

Muniz fez sua primeira denúncia através das redes sociais na sexta-feira (27), quando parte de seu grafite foi danificada pelos cartazes da campanha de Washington Damasceno (PRD). “Esse trabalho meu já foi publicado em um livro, veja como está agora. Propaganda ilegal, a lei municipal proíbe isso”, declarou o grafiteiro. A ilegalidade mencionada por Muniz se refere ao artigo 22 da Resolução do TSE nº 23.610, que proíbe qualquer propaganda que “comprometa a higiene e a estética urbana”.

Ele também lamentou o fato de a arte ser afetada pela propaganda política, dizendo: “A cidade precisa de arte, e ela está sendo perseguida por propaganda política? É isso mesmo?”. No dia seguinte, 28, Muniz fez uma nova publicação, após a retirada dos cartazes de Damasceno, denunciando a colocação de novos lambe-lambes pela campanha de Malla Bumm (Republicanos), que também cobriram parte de sua obra. “Precisamos agir e mudar isso”, comentou em vídeo.

Em entrevista ao Bahia Notícias, Muniz explicou que sempre solicita ressarcimento pelo prejuízo causado, já que o dano às suas obras é material. “Nessa eleição, já perdi quatro trabalhos em Pau da Lima, Pernambués e Bonocô. Três candidatos pagaram pelos danos, mas o quarto se recusa, achando que apenas remover os cartazes foi o suficiente”, relatou o artista.

Ele afirmou que a luta pela preservação da arte de rua em Salvador é antiga e que as denúncias se repetem em cada período eleitoral. “Essa luta vem de longe. Já fui agredido por pessoas que trabalhavam com propaganda política. O pessoal de Castelo Branco, de onde venho, sempre lutou. Isso já dura uns vinte anos, e a cada eleição surge outra batalha”, afirmou Muniz.

Segundo ele, a diferença agora é o uso das redes sociais como plataforma para amplificar as denúncias. O artista segue buscando reconhecimento e reparação pelos danos causados a suas obras.

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