Bomba afundou crânio do autor de atentado no STF, mostra perícia
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiü França” em sua cidade natal no interior de Santa Catarina, morreu instantaneamente ao ter o lado direito do crânio destruído pela explosão de uma bomba que ele segurava próxima à cabeça. O incidente ocorreu durante o atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (14).
De acordo com um laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC), Francisco sofreu traumatismo cranioencefálico e teve os dedos da mão direita amputados, provavelmente por ser a mão usada para ativar o explosivo.
O exame necroscópico, realizado na sexta-feira (15), confirmou uma extensa fratura no lado direito do crânio e os danos causados aos dedos. O relatório foi incluído no inquérito conduzido pelo STF, que investiga o caso como atentado terrorista e contra a democracia.
Segundo a ex-esposa de Francisco, identificada como Daiane, o alvo do ataque seria o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Explosivos Artesanais
As bombas utilizadas no ataque à Praça dos Três Poderes e a que causou a morte de Francisco teriam sido fabricadas por ele mesmo. Investigadores da Polícia Federal (PF) acreditam que os artefatos foram montados no imóvel alugado por Francisco em uma cidade-satélite de Brasília, onde ele vivia desde agosto.
Durante as buscas no local, a PF encontrou oito bombas, uma das quais explodiu sem causar ferimentos. Um robô foi utilizado para inspecionar a área e identificar os explosivos, que estavam escondidos em uma gaveta.
Os dispositivos foram construídos com pólvora de fogos de artifício, fragmentos metálicos, tubos de PVC e isqueiros. O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, classificou os artefatos como simulacros de granadas com alto poder destrutivo.
Investigações
As autoridades investigam se Francisco contou com auxílio para fabricar os explosivos. Além de ouvir testemunhas, a PF solicitou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático do suspeito.
O corpo de Francisco permanece no Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília, aguardando liberação para ser levado a Santa Catarina.