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MPT investiga condições de trabalho na BYD de Camaçari após denúncias de agressão a funcionários

O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou um inquérito para apurar as condições de trabalho dos operários envolvidos na construção da fábrica da montadora chinesa BYD, localizada em Camaçari. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (27), o órgão informou que recebeu uma denúncia anônima em 30 de setembro e está coletando informações para propor um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ou ingressar com uma ação judicial.

O MPT também revelou que, no dia 11 de novembro, realizou uma inspeção no local onde a linha de montagem da fábrica está sendo construída. Além do relatório da vistoria, serão analisados os documentos requisitados tanto à montadora quanto a outras três empresas contratadas para a realização da obra.

“Os dados levantados até agora indicam a necessidade de corrigir procedimentos relacionados ao ambiente de trabalho, a fim de assegurar a saúde e a segurança dos empregados”, declarou o órgão. Contudo, destacou que surgiram relatos preocupantes de violência física que ainda precisam ser investigados.

A Denúncia

O jornalista André Uzeda, da Agência Pública, publicou uma reportagem apontando as condições precárias enfrentadas pelos operários, especialmente os chineses, na construção da fábrica da BYD.

Segundo a denúncia, os trabalhadores chineses estariam sofrendo agressões físicas, como chutes, e vivendo em alojamentos insalubres, com banheiros sujos e sem limpeza adequada. Além disso, esses operários estariam submetidos a jornadas exaustivas de trabalho, seguindo uma escala de “7×0” (sete dias por semana), com turnos de 12 horas diárias, sem equipamentos de proteção individual (EPIs).

A reportagem também destacou que os operários não têm acesso a água potável e que as condições de higiene nas áreas de refeição são degradantes. Imagens divulgadas mostram banheiros sujos e a ausência de materiais de segurança no local da obra.

Ainda de acordo com a Agência Pública, os trabalhadores brasileiros que atuam na montagem da fábrica têm uma jornada diferente, de 10 horas diárias (das 8h às 18h), com uma pausa de uma hora para almoço, não estando submetidos às mesmas condições extremas impostas aos chineses.

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