Frade alertou sobre problema no teto dois dias antes do desabamento na Igreja de São Francisco
O frade Pedro Júnior Freitas da Silva, responsável pela Igreja e Convento de São Francisco, comunicou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na segunda-feira (3), sobre uma dilatação no forro do teto da igreja, localizada no Pelourinho.
Apenas dois dias depois, o forro cedeu, causando a morte de uma pessoa. Na carta enviada ao Iphan, o frade solicitou uma vistoria técnica para avaliar o problema e definir medidas de preservação. Segundo documentos consultados pela Folha, não há registro de resposta do órgão.
“Solicitamos também orientações sobre possíveis soluções para o problema, garantindo que qualquer intervenção respeite os critérios técnicos e de conservação exigidos para bens tombados. Estamos à disposição para fornecer mais informações e agendar a melhor data para a visita”, escreveu o frade.
Cerca de quatro meses antes do ocorrido, o frade e o Iphan assinaram uma ordem de serviço para uma reforma avaliada em R$ 1,2 milhão, voltada à elaboração dos projetos de restauração e preservação da igreja. Na época, o Iphan destacou que a conservação do templo, representante da arte barroca, era essencial para preservar a memória do período colonial e fortalecer o conjunto arquitetônico como um atrativo turístico.
O superintendente do Iphan-BA, Hermano Guanaes e Queiroz, também enfatizou a importância da preservação de patrimônios culturais como a Igreja e Convento de São Francisco, afirmando que essa responsabilidade deve ser compartilhada por diferentes setores da sociedade.