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INSS ignorou 6 alertas e atendeu interesses de entidades suspeitas, diz PF

A Polícia Federal identificou que a direção do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atuou para implementar uma “solução transitória” que permitisse a continuidade de descontos em benefícios de aposentados, mesmo após diversos alertas sobre possíveis irregularidades. A informação consta no relatório que fundamentou a operação deflagrada na quarta-feira (23) para apurar um esquema de fraude bilionária na autarquia.

De acordo com o documento, embora o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto — que deixou o cargo após a operação — tenha prometido em 2024 endurecer o controle sobre os descontos indevidos, a direção do órgão encaminhou o Ofício nº 430/2024-DIRBEN-INSS à DATAPREV, iniciando negociações para retomar os abatimentos. O objetivo, segundo o relatório, era atender a pedidos de sindicatos e entidades associativas.

A investigação também revela que o INSS ignorou seis alertas emitidos pela Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o tema. Para a Polícia Federal, a postura do instituto demonstrou que “o único interesse observado pela direção foi o das entidades associativas”.

As suspeitas envolvem a cobrança indevida de aproximadamente R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, por meio de convênios com essas entidades. A operação investiga a atuação conjunta de servidores e representantes dessas organizações no esquema.

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