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Quase 50 mil médicos se formaram em cursos mal avaliados pelo MEC na última década

Entre 2013 e 2023, cerca de 21,4% dos médicos formados no Brasil concluíram a graduação em instituições de ensino que obtiveram as piores notas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), segundo levantamento feito pelo pesquisador Alexandre Nicolini com base em dados do Censo da Educação Superior e do próprio Enade. Ao todo, 49.336 médicos se graduaram em cursos com nota 1 ou 2, consideradas insatisfatórias pelo Ministério da Educação (MEC), em um universo de 229.667 formandos.

O levantamento levou em conta os resultados das avaliações trienais do Enade e utilizou estimativas para os anos em que não houve aplicação da prova. Os dados mostram que o desempenho mais fraco está concentrado em cursos mais recentes, principalmente em faculdades privadas. No estado de São Paulo, apenas duas instituições privadas atingiram a nota máxima em 2022: a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.

Em resposta à preocupação com a qualidade da formação médica, o MEC anunciou a criação de uma nova prova anual voltada aos concluintes de Medicina. Embora não seja obrigatória para a obtenção do diploma, a avaliação servirá como critério de acesso à residência médica. Paralelamente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) apoia um projeto de lei que tramita no Congresso e propõe um exame obrigatório, nos moldes da OAB, como condição para o exercício da profissão.

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